Ah, então e os rankings das escolas?
Foi aquela ansiedade das 00h... para o grande prémio ir para... pois ninguém quer os rankings, ninguém gosta dos rankings, exceto... se for a minha escola a ser melhor que a tua!
A agitação normal como se uma silly season futebolística se tratasse, as mãos suavam, os olhos presos a ecrãs, as mãos em cada teclado a fazer refresh nas páginas dos jornais online, era uma ansiedade que corria entre todos que aguardavam os resultados antes das 12 badaladas...
Ah! Os rankings, os famosos rankings das escolas, os prémios do ano, do esforço e do trabalho de tantos e tantos (ou talvez não) alunos!
Reitero a ideia que sempre manifestei, o que estamos a festejar é o Dia do Esquecimento... ou não fossem esquecidas as diversas variáveis de avaliação entre escolas...
Esquecemos que a escola é feita de, com e para contextos...
Esquecemos as diferenças entre litoral e interior...
Esquecemos as diferenças entre público e privado...
Esquecemos a forma de seleção de alunos...
Esquecemos escolas com melhores e piores condições físicas e materiais...
Esquecemos os diferentes estímulos familiares dos alunos...
Esquecemos que o/a professor/a é que faz a diferença...
Esquecemos os professores que mudam constantemente de escola... as suas mobilidades
Esquecemos todos os fatores económicos
Esquecemos as experiências, os projetos e a pedagogia
Esquecemos a publicidade gratuita a muitas escolas...
Esquecemos todas as boas experiências de outras escolas... Esquecemos as nossas opiniões durante o ano contra a comparação de escolas...
Esquecemos o processo educativo, a intencionalidade pedagógica, porque, hoje, resume-se a um resultado baseado numa tipologia e instrumento de avaliação de produto
Esquecemos que estamos ainda a atravessar uma pandemia
Esquecemos a equidade educativa
Esquecemos a competição negativa
Tal como na primeira liga de futebol, alguém acredita, que exceção feita aos três grandes clubes do campeonato, mais alguém será campeão... Sporting, Porto e Benfica compram os melhores jogadores, treinadores, fisioterapeutas, têm as melhores condições para os seus atletas, dedicação a 100%... poderemos comparar com os clubes que lutam para não descer na tabela classificativa, mas que esforçam de forma agigantada para jogar, com piores condições de trabalho, salários em atraso, relvados decadentes, jogadores desmotivados,...
Ah... os rankings!