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sexta-feira, 12 de janeiro de 2024

O saudosismo das leituras

Ah, o saudosismo das leituras que os nossos jovens sempre fizeram antes de terem um telemóvel... no parque, no recreio, no jardim, na paragem de autocarro, na missa, em todo e qualquer local, sempre a ler, com os seus inúmeros romances... Os Maias, As Viagens na Minha Terra, Crónicas de Jornal, Artigos de Opinião, Jornais,... tanto que se lia! Portugal tem na sua história, um país de leitores assíduos, essa enorme tradição portuguesa!

Também tenho reparado que já não se vê ninguém parado nas estradas a consultar os mapas das estradas Michelin, se calhar as pessoas deixaram de viajar ou então nascem com o mapa das estradas incorporados de nascença... GPS? Que ultraje, já nem se interpretam mapas e nem nos guiamos pela estrela Polar!!!

Será que há noção, que os que leram, continuam a ler, alguns que não leram, com o digital leem alguma coisa. A questão não está na quantidade de leitura, porque essa até aumentou, mas sim a qualidade ou, acima de tudo, a capacidade de interpretar o que se lê.

A leitura é, hoje, multimodal, convém não esquecer e, pelos vistos, em alguns casos, sabê-lo.


#ironia não vá alguém pensar que é mesmo verdade o que está escrito nesta notícia!!!




quarta-feira, 18 de janeiro de 2023

As inquietações dos professores: sugestões de debate

ou



Estamos numa fase de inquietação educativa, com milhares de professores e profissionais de educação a implorarem para serem ouvidos, naquelas que são algumas das queixas, já de longo termo. É evidente que sendo a Educação uma área estratégica de um país, esta tem de ser olhada com um forte investimento, ao invés da sistemática valorização dos seus custos, levando a uma degradação de todo o sistema educativo, e no futuro de outras áreas do próprio país.
O reconhecimento da sociedade, que nestas épocas mais audíveis, parece ser tão unânime, sobre o valor da Educação para o próprio desenvolvimento da sociedade, e do papel imprescindível de um professor, cai rapidamente no esquecimento, levando a que a atração pela própria profissão seja desaconselhada pelos próprios pais. Aliás, se as famílias, desejam bons professores para os seus filhos, poucas são as que desejam que os seus filhos sejam professores. Este é o primeiro sinal de falta de valor e reconhecimento. O outro acontece quando tantos surgem a construir opinião e palpites, na ebulição destas manifestações, sem que sejam sequer professores, resultando em fracas, pobres e turvas leituras sobre o que é, realmente, a Educação ou o papel de um professor. O papel da Escola é facilmente descaracterizado por uma sociedade que a única ligação que tem à Escola é, muitas das vezes, o tempo que passou na mesma enquanto aluno, ficando a sua imagem de Escola presa num tempo e num espaço, que associa o papel de um professor, exclusivamente, ao tempo letivo em que ocupa, apenas ocupando o tempo dos alunos. Esta valorização está novamente a ser realçada pela sociedade, através da ideia da recuperação de aprendizagens, gerada pelas greves, não percebendo, que a verdadeira perda já acontece em turmas sem condições materiais, enormes, em turmas sem professores pela ausência de atração pela profissão e a perda que virá no futuro se mantivermos o atual estado da Educação. Esta é uma demanda social e não apenas de uma classe profissional, que não é compreendida, pela falta de reconhecimento desse verdadeiro papel.
Deste modo, será muito fácil perceber, que a falta de professores está a levar a uma perda de qualidade, através de um processo de des-profissionalização, uma vez que caminhamos na contratação de outros profissionais que não docentes (de origem) ou de formação rápida de “docentes” que não substituirão os atuais pedagogos nessa mesma qualidade, deixando o sistema educativo órfão de um desenvolvimento profissional que levou anos a consolidar.
Deste momento, deveria resultar um pensamento alargado e sério de um memorando para um consenso político nacional para a Educação, na definição de linhas orientadoras e estratégicas para um prazo mínimo a 10 anos, que não se subjugasse a ciclos políticos. Estamos há mais de 22 anos no século XXI, reconhecido pela inovação digital, mas no mesmo tempo em que faltam infraestruturas e o mesmo digital, no mesmo tempo em que se flexibiliza o mesmo currículo, sem capacidade de desmistificar processos de aferição de aprendizagens eficazes e compreensíveis para todos, no mesmo tempo em que se fala de inclusão, excluindo cada vez mais recursos humanos que suportem esses mecanismos de apoio, no mesmo tempo de uma era digital cada vez com mais burocracia.
É fundamental definir-se um plano que se possa concretizar a curto, médio e longo prazo, com metas aceites e debatidas na comunidade educativa. Assim, algumas sugestões que servirão para alimentar o debate e solicitar o pensamento entre todos os que pretendem, de facto, uma melhor Escola, uma melhor profissão, atraente e valorizada. Assim, a redefinição ou, eventual fusão, entre o 1.º e o 2.º Ciclo do Ensino Básico, prolongando o primeiro ciclo por 6 anos, ao invés dos atuais 4 anos, mantendo uma vertente de monodocência, mas valorizando as diferentes áreas do saber com a atribuição e reforço dos processos de coadjuvação e pares pedagógicos. 
A desburocratização do sistema educativo tem de ser uma prioridade, o tempo, que deveria ser pedagógico, é algo que não pode ser desperdiçado em tarefas administrativas exageradas e sem sentido na atualidade, já que as mesmas podem ser concretizadas por sistemas digitais automáticos ou por outros profissionais que não os especialistas pedagógicos (professores). É preciso garantir mais tempo para a sua ação pedagógica, reduzindo a carga de trabalho não letiva, reduzindo o número de reuniões e dezenas de horas em atividades extracurriculares.
A alteração do número de alunos por turma é muitas vezes esquecida, mas sabemos que um processo de aprendizagem eficaz só acontece com menos de 18 alunos por turma. Ainda nesta condição, é necessário reduzir drasticamente o número de turmas atribuídas a cada professor, torna-se impensável qualquer trabalho objetivo com, em muitos casos, mais de uma centena de alunos por disciplina, devendo esses professores completar horários com a dinamização de projetos ou clubes, aumentando a dimensão informal da Educação. No caso das turmas do 1.º Ciclo do Ensino Básico, continua a ser absurda, nos dias de hoje, a manutenção de mais do que um nível de escolaridade em muitas turmas de escolas deste país, pois só levam a um esforço inglório destes professores e de exclusão de aprendizagens de alunos que ficam por si, sem apoio e desmotivados no processo de aprendizagem.
O reforço dos recursos humanos das escolas tem de ser efetivo e contínuo, não por cada ano letivo, mas a longo prazo, facilitando o planeamento de cada instituição, seja no número de professores, técnicos especializados e auxiliares da ação educativa. Neste campo, o reforço das unidades de apoios educativos e educação especial é outra componente inexistente, em muitos casos falamos de 1 hora por semana por aluno com necessidades de apoio, que não tem qualquer impacto. Torna-se, assim, fundamental o reforço efetivo de horas de apoio nas turmas, psicólogos e terapeutas educativos, podendo ser criada a figura do professor mentor, que ajuda na definição de intervenções prioritárias com alunos em estreita colaboração com a figura do diretor de turma.
Se por um lado muitas escolas redefiniram espaços e melhoraram as suas infraestruturas físicas, outras necessitam de evidente reestruturação. Porém, é ausência de condições de gestão de espaços, redefinição de layouts, condições da rede elétrica e condições digitais que urgem intervenção, se pretendemos continuar a falar de escolas do século XXI.
Discutir um modelo de progressão e avaliação dos alunos justo, só pode ser feito, se também os professores o tiverem, porque atualmente, é um processo de incoerência e injustiça atroz. Não podendo continuar afeto e refém de quotas de acessos aos outros escalões, também é verdade que não será propriamente justo, um sistema automático de progressão na carreira. Avaliar o mérito, tal como nos alunos, deve ser realizado olhando para a ética profissional, para a participação em projetos e na operacionalização de práticas pedagógicas inovadoras e inclusivas. A frequência em espaços de debate sobre Educação, formação superior e ou especializada contínua deverá ser premiada e não em formatos de obrigatoriedade.
Pensar os currículos através do desenvolvimento de planos personalizados de ação, com definição dos conceitos estruturantes de cada área disciplinar, sistematizado em competências de aprendizagem, que façam encurtar os currículos obesos e adequá-los a uma sociedade e vida quotidiana atualizada. Será essencial que os currículos criem experiências culturais e artísticas interligadas com literacia e numeracia, potenciando a ligação ao meio onde as escolas se inserem.
Se pretendemos ter os melhores professores, é também urgente reformular a formação inicial dos mesmos, reforçando a componentes científicas, pedagógicas e redimensionando as experiências em contexto de trabalho. A formação de professores deve assumir definitivamente a liderança dos processos pedagógicos, participando na seleção dos candidatos, ao invés de estar sistematicamente na cauda da inovação pedagógica e refém da seleção de futuros professores, feita por outros. Neste campo, será necessário oferecer apoio e orientação aos novos professores no início e ao longo da carreira, com o suporte dos professores que se encontram perto do final das suas. Estes deveriam ver reduzido o tempo letivo e o número de turmas, passando a preencher os seus horários numa estreita ligação ao acompanhamento de novos professores, garantindo uma transição e passagem de testemunho não tão abrupta e ao mesmo tempo envolver-se na novidade e energia que outros trazem ao sistema educativo.
É também evidente que os salários terão de ser muito mais competitivos, com uma remuneração atraente e condicente com a especificidade e maturidade da profissão. O apoio com recursos digitais, nomeadamente, hardware e software específico, materiais didáticos devem estar presentes para atrair e reter estes profissionais, mas também nos incentivos e suporte à deslocação, num processo que só pode culminar com o fim da precaridade profissional, que se alastra com muitos professores há tantos anos, levando-os a desistir de exercer. 
Sendo claro que os professores ocupam um papel primordial no processo, de inevitável, transformação e liderança educativa, não podemos permitir que continuem a não ser ouvidos nas suas necessidades, numa sociedade democrática. São os professores que, diariamente, pensam e repensam as práticas e os processos de aprendizagem nas escolas, pelo que a sua valorização profissional é uma demanda. Para atrair novos professores e manter de forma estável e saudável os atuais, carece a promoção positiva, a recompensa social para voltar a inspirar e revalidar a nobreza da profissão de professor.

Marco Bento
Professor na Escola Superior de Educação de Coimbra / Investigador em Tecnologia Educativa na Universidade do Minho / Coordenador do Projeto SUPERTABi Maia / Consultor em Educação


sábado, 14 de janeiro de 2023

Juntos a pensar a Educação!

Juntos a pensar a Educação!

Hoje, viajo em cada autocarro lotado de professores nas autoestradas de Portugal.
Eu sou professor! Esta foi a profissão que escolhi e que exerço com orgulho!
Ontem à noite não acreditava no que ouvia nos comentários do ex-ministro Crato, a ideia que se tem de uma sala de aula, de um professor, de avaliação e sistema educativo é assustadora!
Não podemos continuar a aceitar que, acima de tudo, as opções pedagógicas sejam tomadas por outros que não os maiores especialistas qualificados em Educação (professores). Não podemos aceitar esta nova ideia, a formar-se, de recuperação de aprendizagens, agora pelas greves, quando milhares de alunos estão sem aulas pela ausênciade professores colocados ou ausênciade atração pela profissão. Não podemos aceitar que não exista liberdade de pensamento pedagógico e processos participativos num sistema cheio de burocracias controladoras. Não podemos aceitar ausência de avaliação docente, com indicadores absurdos aos olhos de qualquer criança de 6 anos.
Valorizar a profissão não pode ser pelas palmas, mas pela ação!
Relembro que o respeito não o podemos exigir, temos de o ganhar e para isso, a ética de uma profissão está hoje em avaliação, sejamos determinados e conscientes desta ação e que não nos prejudiquemos perante os olhares ávidos de que isso aconteça.

Em nota de rodapé, as operações stop, que se estão a realizar pela polícia, com revista de mochilas é algo que nos deve envergonhar enquanto estado democrático! 
Todos sabem que não existem materiais inflamáveis nas escolas, os professores de química têm de simular com H2O, e nem dispositivos digitais suficientes para uma ligação à Internet em condições... quanto mais para criar cocktails... anda tudo a chá e bolachas!!!

Deixo aqui o texto publicado na página do SIPE, 14 de janeiro de 2023

Estamos no 2.º período do ano letivo 2022/2023, são 23 anos após o ano 2000. Na verdade e sob a égide do aluno, professor e escola do século XXI, mais de 20 anos dentro do denominado século da inovação, continuamos a tentar recuperar aprendizagens com velhos currículos, a tentar falar de escola digital com ausência de digital, a tentar flexibilizar o que não se compreende e acima de tudo, a tentar fazer escola sem recursos humanos em número e em presença motivada para a ação pedagógica.
Grita-se e implora-se junto da Escola uma normalidade utópica, patente cada vez mais que a quantidade de tempo letivo não é sinónimo da qualidade do mesmo, que manter os alunos e professores numa Escola a tempo inteiro, fechados de manhã à noite em espaços escolares, que necessitam de outra diversidade, de outra cultura e de outra visão, tornou-se penoso para todos os que “vivem” na Escola. Os professores evidenciam um claro cansaço, desmotivação e um pensamento alheado de uma escola que os deixou de valorizar há muito. É preciso ter a capacidade de olhar para uma classe docente envelhecida, com uma média de idades que se situa nos 55 anos, uma classe docente que omite depressões, burnout e uma enorme desmotivação profissional, muito pela desvalorização completa de uma profissão que é exigente. Esta não é uma profissão de trabalho entre as 9 e as 17 horas, mas é uma vocação com ligação emocional, sempre numa contínua preocupação e pensamento espácio-temporal com todos os alunos, com os currículos, com as avaliações e numa sobrecarga de burocracias.
A forma de agradecer a estes professores não pode ser com palmas, deve ser com ação concreta e não exigindo propostas de aumento do tempo letivo e mais burocracia, sabendo que o tempo de trabalho vai muito para além das horas reais com os alunos.
Os desafios da educação passam por maior e constante investimento nos recursos humanos e materiais, nas infraestruturas e tecnologias (digitais ou não), relembrando que a Educação não é um custo, porque os resultados são de longo prazo, que se traduzem em maior qualidade de vida num país. Outro desafio passa por compreender as desigualdades de oportunidades nas diversas regiões do país, tanto para os alunos, como para os professores, que sem apoio, lhes é exigido o mesmo resultado educativo, comparando-se com outros professores e outros alunos, tornando qualquer processo de avaliação injusto e seletivo pela negativa.
Talvez um dos maiores desafios passa por conseguir professores qualificados, desde o momento que uma sociedade consegue atrair jovens para uma profissão que necessita ser atrativa no seu processo de seleção, suporte, vinculação, mas também saber reter os professores qualificados, sob pena de perdermos a alta taxa de qualificação profissional que o país ainda tem. Torna-se essencial, de uma vez por todas, conseguir acompanhar as mudanças tecnológicas. A tecnologia avança rapidamente e a Educação precisa de acompanhar as mudanças sociais, inclusive, de as liderar, de forma a garantir que os alunos estejam preparados para o mundo do trabalho. Outro dos grandes desafios é a falta de tempo, uma vez que os professores têm uma carga de trabalho pesada, incluindo a preparação de aulas, correção de trabalhos, participação em reuniões e atividades extracurriculares. É evidente que deixam de ter tempo para atividades pessoais ou para se atualizarem na sua área de atuação, o tempo para pensar e criar é determinante numa profissão que exige pensamento livre e criativo.
Naturalmente, que um professor, especialista da pedagogia enfrentar a falta de recursos, atualização profissional, limitação aos vínculos e pseudo-avaliações de carreira, baixa remuneração, quando comparada com outras profissões com formação semelhante, e baixo valor social, torna-se complexa a situação.
O tempo é de coragem e de reconhecimento real pela arte de ensinar e aprender ao longo da vida!




Marco Bento
Professor e Investigador na Escola Superior de Educação de Coimbra

sábado, 7 de janeiro de 2023

Obrigado Professores

Artigo no Jornal Público de 7 de janeiro de 2023

Um texto de uma enorme clarividência de um Senhor Professor!

A ler por todos os que devem neste momento levantar a voz e defender a sua profissão, os professores!



domingo, 23 de outubro de 2022

A teoria da velhice do Restelo

A teoria da velhice do Restelo é antiga e com ela não teríamos descoberto para além do Bojador. Porém, hoje, temos estudos para todos os gostos e, principalmente, para cada orientação política.

Adoraria que antes de se falar sobre processos digitais e a sua diabolização,  como ainda, recentemente, o professor Sugatra Mitra reiterou, se conhecessem melhor que práticas são estas com uso digital, imaginando que o que se faz com o digital ou sem ele é sempre uma ação pedagógica. Ou seja, os erros com digital podem e, muitas vezes, são os mesmos que já acontecem sem digital. O problema está na ação pedagógica, desconhecimento da realidade e nos receios. A salientar que o digital não é a panaceia, e não pode ser utilizado, sejam manuais digitais ou outros, 'apenas' no seu modelo de substituição como única solução. Mas não perceber o seu potencial e acima de tudo os resultados que crianças em todo o mundo têm demonstrado no seu desenvolvimento académico por meio de interação pedagógica diferenciada, que inclui, naturalmente, modelos com utilização digital, também é absurdo!

Ah! Já agora, estudo feito por alguém, também refere que crianças que apenas comem cenouras de hora em hora, estão a ficar com os olhos mais bonitos, mas quando saltam parecem coelhos!

E eu, que sempre pensei que era benéfico comer cenouras, mas ninguém me falou no exagero!

Bom senso! Bom senso!

https://www.rtp.pt/madeira/sociedade/manuais-digitais-afinal-podem-prejudicar-a-aprendizagem-dos-alunos-vdeo-_104513?fbclid=IwAR2WW2d_XJKyz3gEvby1YVQyUUBxDW42iNVqg1PyIvXQy6PxWfim50V4GuY




quarta-feira, 5 de outubro de 2022

Parte II - Education Finnish Summit 2022


Visita à Jätkäsaaren Peruskoulu - K9 School (1 ao 9 ano, incluindo pré-escolar)

Quando falarmos de felicidade e diversão numa escola, vou lembrar-me do que vi, ouvi e senti nesta tarde!

O ambiente descontraído de aprendizagem é fantástico e sente-se em todos que nela trabalham, aliás, que nela se divertem a aprender! A possibilidade de conversarmos com os alunos das diversas idades, com os professores e conhecer as suas dinâmicas, fez-nos perceber que o caminho se faz pela valorização pelo ato de aprender, pela valorização do ato de ensinar, pela valorização da cidadania ativa e de modelos pedagógicos centrados na aprendizagem, nomeadamente o Phenomenon-Based Learning Process.

É uma escola que se notabiliza pelos espaços de aprendizagem, pela flexibilidade curricular (real) e pela confiança que existe nos alunos e nos professores por parte da liderança. O trabalho por projeto é real, contínuo e prático, com uma forte ligação ao mundo e aos problemas locais, preparando os alunos para uma vida, que não é para depois da escola, mas na própria escola. Impressiona o número de projetos desenvolvidos semanalmente, ao longo dos 5 períodos em que a escola se divide para trabalhar. Evidentemente, que um corpo docente que reúne informalmente em qualquer espaço para planificar em conjunto 2h por semana, prepara e operacionaliza a articulação, muitas vezes juntando turmas, dividindo-as, partilhando-as nos mesmos tempos letivos.

Confiança, respeito e responsabilidade de e para todos!

#Education_Finnish_Summit_2022








Parte I - Education Finnish Summit 2022

Visita à Aurinkolahden Peruskoulu - Elementary School (1 ao 6 ano), em Helsínquia junto com entidades do Ministério da Educação Finlandês e os nossos colegas representantes dos USA, Austrália, Índia, Escócia e Finlândia.
Impressionante a forma como se aproveitam todos os espaços para o processo de aprendizagem, a forma organizada dos horários e as aulas de economia desde tenra idade, aprendendo a cozinhar, cozer, lavar, entre um conjunto de tarefas articuladas entre professores, alunos e comunidade que nos faz perceber que o currículo tem uma interpretação muito prática na vida de cada criança. Quanto ao digital... bem não é assunto, existe com a naturalidade de todas as outras manualidades, Crafts and Arts e crescer numa cidadania ativa!
Os recursos, as condições e a valorização fazem diferença, mas a forma de abordagem pedagógica é o ponto central da discussão!
É bom perceber que o caminho que estamos a fazer na Maia, tem sentido, não pretendendo ser o mesmo, é algo personalizado e único. Brevemente, poderá esta equipa realizar um Education Portugal Summit, na Maia!
#Education_Finnish_Summit_2022




















Dia do Professor 2022

O Dia Mundial do Professor celebra-se anualmente no dia 5 de outubro, em Portugal junto com uma outra data bastante importante, a implantação da República,
A data foi criada pela UNESCO em 1994 com o objetivo de chamar atenção para o papel fundamental dos professores na sociedade e na instrução da população, hoje, esse papel precisa, urgentemente, de um novo fôlego e um novo papel!
Que este dia seja apenas mais um para homenagear todos os que contribuem para o ensino e para a educação da sociedade.
Este dia promove todos aqueles que escolheram o ensino como forma de vida e que dedicam o seu dia-a-dia a ensinar, crianças, jovens e adultos. A mensagem do Dia Mundial do Professor está na dignidade e na importância do professor na sociedade, como construtor de pessoas.



quinta-feira, 15 de setembro de 2022

Encontrar o equilíbrio no uso da tecnologia na sala de aula

“Não ignorar que a tecnologia chegou para ficar, mas não é pelo facto de eu a utilizar na sala de aula que vou fazer de mim um professor inovador”, disse Marco Bento, professor na Escola Superior de Educação de Coimbra, acrescentando que o digital “deve ser usado como qualquer outro recurso, na medida que eu estou acima de tudo a cumprir o meu objetivo, que é que aconteça a aprendizagem”.

A partir dessa certeza, começa-se a delinear o que pode ser feito em sala de aula para que a “aprendizagem aconteça tendo como recurso não só novas ferramentas digitais, mas uma nova forma de ensinar e aprender”.

Marco Bento, que é investigador em Tecnologia Educativa na Universidade do Minho, foi um dos oradores convidados das segundas jornadas pedagógicas do Agrupamento de Escolas Raul Proença, que decorreu no dia 12 de setembro, no auditório dos Pimpões, nas Caldas da Rainha.

Este docente, que falou sobre os fatores críticos no uso do digital na educação, defende que as “novas tecnologias na sala de aula não devem servir para motivar os alunos, mas sim porque permite em algumas circunstâncias ir mais fundo e mais longe e que os estudantes aprendam mais e melhor”. 

Marco Bento recordou que as novas tecnologias vieram dar resposta à “eficácia da nossa vida e é por isso que as utilizamos” e defende que o professor deve ter “liberdade e flexibilidade e aproveitar, se quiser, o que o digital pode trazer para a sala de aula”.

“O conteúdo, a forma como se faz, o espaço onde se faz, o tempo que nós na realidade dedicamos a fazê-lo, aquilo que é o papel do professor, mas aquilo que também é o papel do aluno e a questão da família”, são para este docente os sete aspetos a serem considerados.

A mensagem principal de Marco Bento “é que a abordagem pedagógica que temos que fazer, independentemente de ser com digital ou sem digital, é que ela seja diferenciada”.
De acordo com o investigador, a palavra-chave é “encontrar o equilíbrio e dar o poder a quem na realidade sabe fazê-lo, que são os professores”.

Por outro lado, disse também que há muitos docentes que querem “fazer diferente e inovar, mas sentem-se sozinhos sem o suporte das direções das escolas e sem o apoio dos pais, porque as famílias estão à espera que aconteça na escola da mesma forma como foram ensinados”. 

Marco Bento referiu que já se fala de tecnologia há um século, desde o aparecimento do vídeo e que a pandemia só “trouxe à vista a nu de forma mais generalizada o que já se discutia há anos”. “Ouvimos falar muitas vezes de excelentes escolas na Finlândia e Singapura, quando em Portugal também existem, mas não têm tido o espaço para serem divulgadas”, declarou, apontando que “também temos professores altamente inovadores e que não são reconhecidos”.

“O que precisamos é que os próprios alunos sejam o palco e que criem e produzam aquilo que vão aprender, sejam em textos, vídeos ou imagens”, salientou.



in Jornal das Caldas de 14 de setembro 2022



sábado, 9 de julho de 2022

Rankings 2022... a estreia

Ah, então e os rankings das escolas?
Foi aquela ansiedade das 00h... para o grande prémio ir para... pois ninguém quer os rankings, ninguém gosta dos rankings, exceto... se for a minha escola a ser melhor que a tua!
A agitação normal como se uma silly season futebolística se tratasse, as mãos suavam, os olhos presos a ecrãs, as mãos em cada teclado a fazer refresh nas páginas dos jornais online, era uma ansiedade que corria entre todos que aguardavam os resultados antes das 12 badaladas...
Ah! Os rankings, os famosos rankings das escolas, os prémios do ano, do esforço e do trabalho de tantos e tantos (ou talvez não) alunos!
Reitero a ideia que sempre manifestei, o que estamos a festejar é o Dia do Esquecimento... ou não fossem esquecidas as diversas variáveis de avaliação entre escolas... 
Esquecemos que a escola é feita de, com e para contextos...
Esquecemos as diferenças entre litoral e interior... 
Esquecemos as diferenças entre público e privado... 
Esquecemos a forma de seleção de alunos... 
Esquecemos escolas com melhores e piores condições físicas e materiais... 
Esquecemos os diferentes estímulos familiares dos alunos... 
Esquecemos que o/a professor/a é que faz a diferença... 
Esquecemos os professores que mudam constantemente de escola... as suas mobilidades
Esquecemos todos os fatores económicos
Esquecemos as experiências, os projetos e a pedagogia
Esquecemos a publicidade gratuita a muitas escolas...
Esquecemos todas as boas experiências de outras escolas... Esquecemos as nossas opiniões durante o ano contra a comparação de escolas...
Esquecemos o processo educativo, a intencionalidade pedagógica, porque, hoje, resume-se a um resultado baseado numa tipologia e instrumento de avaliação de produto
Esquecemos que estamos ainda a atravessar uma pandemia
Esquecemos a equidade educativa
Esquecemos a competição negativa
Tal como na primeira liga de futebol, alguém acredita, que exceção feita aos três grandes clubes do campeonato, mais alguém será campeão... Sporting, Porto e Benfica compram os melhores jogadores, treinadores, fisioterapeutas, têm as melhores condições para os seus atletas, dedicação a 100%... poderemos comparar com os clubes que lutam para não descer na tabela classificativa, mas que esforçam de forma agigantada para jogar, com piores condições de trabalho, salários em atraso, relvados decadentes, jogadores desmotivados,...
Ah... os rankings!


quarta-feira, 30 de março de 2022

Pensamentos reciclados, repetidos e cíclicos...

Pensamentos reciclados, repetidos e cíclicos...

Os cenários disponíveis:
1. Não tenho computadores para construir cenários com o digital.
A. Entretanto o Ministério entrega equipamentos

2. Não tenho internet para construir cenários com o digital.
B. Entretanto o Ministério entrega hot spots

3. Não tenho auricular para usar em aulas com o digital.
C. Entretanto o Ministério entrega uns auriculares.

4. Não tenho mochila para transportar todo este material digital.
D. Entretanto o Ministério entrega uma mochila muito catita

5. Não tenho formação adequada à transformação digital.
E. Entretanto o Ministério promover o Plano de Capacitação Digital
F. Entretanto continuam sem formação adequada à integração digital

6. O currículo é muito extenso para integrar o digital
G. Entretanto o Ministério oferece a tesoura da flexibilidade curricular
H. Entretanto descubro que não sei cortar

8. O digital não desenvolve a motricidade fina
I. Não sabia que existem milhares de atividades para desenvolver motricidade fina

9. Os alunos tem excesso de ecrãs.
J. Os alunos não usam digital nas atividades letivas... ups... afinal é fora da escola

10. Já me dói a cabeça e não posso integrar o digital.
K. O Ministério oferece uma caixa de benuron dentro da mochila com o computador

11. Tanto me faz qualquer uma das opções, sou sempre do contra.

Quantos argumentos precisamos para decidir dar um pequeno passo?
É difícil a transformação, mas o primeiro passo é de cada um de nós! Coragem e quando corre mal, levanta-mo-nos e provamos que sabemos fazer melhor, com novas rotinas para nos reinventamos.
Não há professores velhos ou novos, digitais ou analógicos... há competentes e com ética e como em todas as profissões, também o seu contrário.

-Quadros interativos nas escolas quem se lembra? Formação adequada ou técnica?
-Computadores Magalhães quem se lembra? Formação adequada ou técnica (ou nenhuma)?
-Formação sobre Modelos pedagógicos ativos com tecnologia? Quando? Onde?
-Formação pedagógica adequada aos tempos modernos que inclua avaliação, flexibilidade e o digital, quem se lembra?
-Avaliação de desempenho docente mais justa, alguém se lembra?

Pois... ainda bem que só precisamos dos computadores e de internet para estarmos felizes...

Felizmente dá para o (des) contentamento de todos...









sexta-feira, 4 de fevereiro de 2022

Da série "Vai ficar tudo bem"

Como é que se diz mesmo? "Vai ficar tudo bem".

Quem se lembra? Um Plano de Ação para a Transição Digital tem que ir mais longe... este é um caso emblemático e noticiado, mas quantos são ainda os alunos e as famílias sem acessos? O país melhorou, mas é preciso mais planeamento e operacionalizar!


12 fevereiro 2021

Aluna de Vimioso com aulas online na carrinha do pai à procura de rede.

Leonor Miranda, de 12 anos, desloca-se mais de um quilómetro várias vezes ao dia para assistir às aulas online dentro da carrinha que o pai estaciona num ponto alto da aldeia para apanhar rede

https://www.dn.pt/sociedade/aluna-de-vimioso-com-aulas-online-na-carrinha-do-pai-a-procura-de-rede--13345070.html

3 fevereiro 2021

Um ano depois, aluna de Vimioso continua à procura de rede móvel para estudar

Um ano depois, Leonor Miranda continua a ter sérias dificuldades em conseguir ligação à internet fora da escola. A ANACOM promete uma cobertura mais forte do território nacional, entre 2023 e 2025.



quinta-feira, 20 de janeiro de 2022

Timings perfeitos, sempre perfeitos!

Atualmente temos as estirpes Delta, Ómicron, e agora Deltacron... 

Isto fez-me pensar em nomes para as próximas estirpes, e não sendo originais, só para que pelo menos nos nomes mantenhamos alguma coerência, sugiro as seguintes ideias:

Que tal o Unicron (o maior robot jamais criado), o Galvatron (Robot criado a partir de restos de outros) e o mais complexo vilão, o Megatron (este já deve ser uma bactéria, porque é um robot maligno capaz de alterar o seu corpo).

Já as próximas vacinas, também me lembrei que poderiam ter nomes com alguma coerência, dado os nomes das variantes covid-19. Neste caso, as minhas sugestões são: Bumblebee, Ironhide e Optimus Prime (pode ser que este consiga terminar com esta bicharada).

Entretanto, num mundo real bem perto de nós, continuamos a brincar ao Serviço Nacional de Saúde (SNS) e à Direção Geral de Educação (DGE). Afinal, ora se recomenda um procedimento, ora se altera para outro, com as escolas a não terem a mínima ideia de como proceder, tais os disparates desta enorme comédia, na qual já ninguém controla pandemia que valha. Note-se, quantos são os alunos em casa, e outros tantos nas escolas. Voltam uns, saem outros, que é para as turmas não serem muito grandes. Alguns alunos permanecem na escola presencial (famosa e afinal tão útil neste tempo) a fazer de conta que estão a aprender e os outros a tentar perceber o que lhes está a acontecer. As escolas com falta de recursos humanos, professores, funcionários, técnicos, porque uns estão isolados, outros doentes.

Mas neste nosso retângulo onde tudo é pacientemente bem preparado, vai passar um mês, senão mais tempo, de pseudo aulas presenciais! Alguns a ter aulas remotas, outras nas salas de aula físicas, atividades sem conexão, currículos em desorientação... mas felizmente, estamos a recuperar as aprendizagens!!!

Para ver se percebo este filme de ação, afinal a primeira semana de aulas foi suspensa porquê? Não era para conter a pandemia? Está a resultar a olhos vistos, e tivemos a sorte, de uma vez mais, todo o planeamento ser muito bem conseguido, ora depois do início das aulas presenciais é que são vacinados os alunos de... todas as idades, só para acelerar o processo e já agora os professores e funcionários, só para que não fiquem isolados... afinal precisamos deles para ocuparem o tempo das crianças enquanto a economia recupera! Timings perfeitos, sempre perfeitos!

Será que ainda pensamos que 15 dias a 1 mês de aulas online seria prejudicial, tendo em conta o que estamos a assistir e que se antevia? Ah, já sei, faltavam os tais 500 mil computadores, que estão AGORA a ser entregues nas escolas. Pois! Timings perfeitos, sempre perfeitos!

Felizmente, todo o sistema está muito bem planeado e depois das eleições voltamos a conversar, assim que houver genuína preocupação com o sistema educativo e, com o sistema de saúde, em Portugal... Até lá e entretanto continuamos em modo transformers, ora sou robot pensante, ora sou conduzido estrada fora!

Bom, mas como era apenas um filme, apaguei a televisão e não vi mais os transformers!






sábado, 13 de novembro de 2021

Controlo parental ou falta dele?

Esta crónica foi escrita tendo em conta a discussão sobre o SQUID GAME, mas pode ser lida na mesma linha da atual problemática lançada num texto do Diário de Notícias sobre o facto de existirem crianças portuguesas que só falam 'brasileiro" e muito devido aos vídeos do youtube!
Voltamos a questionar, que conteúdos as crianças veem? Ou podem ver? Mas, neste caso, e parece-me, bem mais importante, é que não se faz referência ao conforto que os adultos sentem enquanto as crianças estão ocupadas a ver vídeos no youtube! Em algumas circunstâncias têm sido autênticos babysitters. Quanta estimulação é feita às atuais crianças, com conversas, debates e questões? Quantas experiências linguísticas e culturais promovemos junto das nossas crianças? Que cultura lhes é estimulada? Quantos recursos existem de enorme qualidade, mas tendemos a usar o é fácil?
Tal como os filmes do Chucky e o Pesadelo de Elm Street numa determinada geração não tiveram a influência degenerativa... ou o debate sobre os videojogos "Grand theft auto", também agora, somos de gerações e gerações de novelas brasileiras da Globo, inclusive quantos de nós não tiveram professores de nacionalidade brasileira, ou quanta música brasileira ouvimos... e isso foi ou é um problema? Não! E não pode ser, a língua portuguesa, até considerando o atual acordo ortográfico, felizmente, é um idioma vivo e que evolui ou ainda estamos a falar Galaico-Português?



quinta-feira, 26 de agosto de 2021

Artigo no Blogue da Future Classroom Lab da European Schoolnet Academy (Projeto Novigado)

by Marco Bento, the School of Education of Coimbra and the Research, Education, Training and Intervention Centre (ESEC)

Ler original aqui

In an era when learning happens anytime and everywhere, are we aware of how much is the use of technology massively needed in education? Today, the pandemic has accelerated this process. However, even if the use of technology in an educational context has over a century of history, we are still reluctant to use it. We call for a transformation in schools that is not only technological but includes a change in its pedagogy. Access to information does not depend exclusively on schools anymore. Students can easily search and find information, but they may encounter difficulties in selecting the correct one and analysing it properly. 



In this whole new educational process, the role of the teacher has changed radically, acquiring new characteristics. However, getting used to the current reality is not an easy task. That's why teacher training is important in helping teachers adapt to the new type of learners and guide them on how to use the latest technology. It is a fact that recently suddenly Emergency Remote Learning and the use of digital technologies became the "New World" for the education system. For some teachers, this change happened more naturally while some others were forced to make a quick transition, and this brought difficulties and mistakes. 

Digital learning has been lately demonised, based on the assumption that face-to-face teaching and digital teaching are opposite sides of a battle. Nothing could be more misleading: both environments are fundamental to learning improvement. 

Most teachers, parents and students may have critically evaluated their experiences with Emergency Remote Learning, due to lack of resources (such as computers or internet connection), and a proper pedagogical and technical preparation suitable for the digital environment, resulting in a loss of confidence in the new set-up.

The truth is that the world was not prepared for a pandemic of this nature, neither the school. In the emergency, teachers brilliantly tried to do their best to ensure that school would not stop. For all these reasons it is now misleading to continue calling any type of online learning Emergency Remote Learning, giving it a negative connotation. 

The challenge is now to rethink the school environment, trying to combine the digital and the face-to-face environments (Hybrid Learning Models).

We know that many teachers are already putting this into practice with their students, creating pedagogical scenarios that are not just a replica of the "analogue" ones. Students are encouraged to search and select information, watch and analyse videos, systematise content and produce resources that bring together what they learn.

Collaboration has been crucial to overcome isolation and help teachers to keep growing as professionals. The networked learning that many teachers have been able to experience was beneficial since it allowed them to establish online relationships with colleagues from various parts of the country and thus create learning networks for professional development.

The use of digital technologies in learning completes students' knowledge development. They serve to support classroom dynamics and the evolution of informal learning, constituting an enormous added value in the learning process. In this context, one of the biggest challenges faced by the educational system is the design of new pedagogical learning environments. It is time to think about pedagogical models that rethink the role of the teacher: what s/he teaches, why s/he teaches, how s/he teaches, in what spaces, using what resources. 

We know pupils feel a great attraction to mobile technologies and they use them daily whether for communicating, researching, playing games, or creating social connections. According to this, there may be the possibility to improve learning results using pedagogical, technological, convergent, portable, multimedia and interactive resources via mobile technologies in educational contexts.

New media are changing teaching and learning. They not only open access to information but also provide them in various formats (text, image, sound, video) using different forms of communication. 

Teaching strategies should promote the integration of various senses: imagination, intuition, collaboration, and emotional impact. Formats such as images, video, music (multimedia resources) can facilitate the learning process, providing interactive experiences to the learners by connecting senses, feelings, and reason. In this way, students can become active parts. Its effectiveness is deeply connected to the students' involvement in the research, in the interaction with their knowledge, looking for new ways of expressing it.

The most widely used hybrid model is "flipped learning", which combines face-to-face and virtual learning for greater efficiency. 

Students have the opportunity to study online (at home or school) and discuss what they have learned, in groups or individually in the classroom. Face-to-face activities can be carried out in different forms, such as discussions, elaboration of projects, researches. This model involves students in the production of the learning outcomes, making the learning process more meaningful.

Hybrid models need to be planned considering the diversity of access conditions of each student, inside and outside school. Teachers should design different activities for those who have hardly or no access, partial or regular access to digital technologies: before class (individual study), during class (face-to-face or online group activities) and after school (follow-up and evaluation).

Today, the greatest challenge for the school is to transform the traditional teacher-student relationship into an active and more participatory model. A complex process that will take time.


Author: Marco Bento is a teacher at the School of Education of Coimbra and a researcher in educational technology at the Research, Education, Training and Intervention Centre (ESEC) and the Centre for Research in Education of the University of Minho. He is also part of the Pedagogical Direction of Colégio Santa Eulália, the first Google for Education reference school in Portugal, leading the Google Educators Group SUPERTABi.


Article translated from Portuguese by: Patrícia Baeta




sexta-feira, 21 de maio de 2021

Hoje, é dia de Rankings

E os Oscar vai para...

Tal como a noite dos óscares ou a noite do Festival da Eurovisão da Canção, a ansiedade junto das centenas de "artistas" no nosso país é grande, naqueles minutos antes da meia noite...


Ah! Os rankings, os famosos rankings...

Hoje, que já conhecemos os resultados vamos ver nos diversos meios de comunicação social e os meios de comunicação "sociais" a valorização de todas as Escolas que estão no top dos "discos pedidos" ou não fosse Dia de dizer que "a nossa escola é melhor que a vossa..." ou ainda "eu até sou contra os rankings, mas a nossa até melhorou..."


Este também é o Dia em que se assinala o dia do esquecimento, ou não fossem esquecidas as diversas variáveis de avaliação entre escolas... 

Esquecemos que a escola é feita de, com e para contextos...

Esquecemos as diferenças entre litoral e interior... 

Esquecemos as diferenças entre público e privado... 

Esquecemos a forma de seleção de alunos... 

Esquecemos escolas com melhores e piores condições físicas e materiais... 

Esquecemos os diferentes estímulos familiares dos alunos... 

Esquecemos que o/a professor/a é que faz a diferença... 

Esquecemos os professores que mudam constantemente de escola... as suas mobilidades

Esquecemos todos os fatores económicos

Esquecemos as experiências, os projetos e a pedagogia

Esquecemos a publicidade gratuita a muitas escolas...

Esquecemos todas as boas experiências de outras escolas... Esquecemos as nossas opiniões durante o ano contra a comparação de escolas...

Esquecemos o processo educativo, a intencionalidade pedagógica, porque, hoje, resume-se a um resultado baseado numa tipologia e instrumento de avaliação de produto

Esquecemos que estamos numa pandemia,

Esquecemos a equidade educativa

Esquecemos a competição negativa


Mas, nada de negativismo... hoje é Dia de Rankings e o mundo mudou... ou então não!

Com a pandemia (afinal não tem influência) ou não: Hoje é Dia de Rankings e o vencedor pai para... 




sexta-feira, 16 de abril de 2021

Recuperar aprendizagens perdidas: parte 793 (irra que até chateia)

Os últimos dias têm sido profícuos em testemunhos de muitas pessoas com maior ou menor relevo, mas que com os seus soundbites vão deixando marca social sobre uma ideia, que depois de repetida várias vezes, começa a sentir-se verdadeira, mesmo sendo, totalmente, falsa. 

O que discutimos, hoje, é a possibilidade de se recuperarem as aprendizagens, como se de uma demanda em busca de algo perdido se tratasse. Assim, falar em recuperação de aprendizagens é falar na desvalorização de todo o trabalho realizado por alunos, professores e famílias, e repetirmos a mesma ideia pelo segundo ano letivo consecutivo, como se adicionando escolas de verão, iniciar a 1 de setembro, aumentando o tempo resultasse na qualidade do mesmo.

Precisamos saber melhor o funcionamento da Escola, para compreender que é de todo impossível concretizar uma ideia absurda destas, mas também é preciso conhecer o aluno, a criança e as suas especificidades cognitivas, físicas e comportamentais, que não estão ao alcance de todos, por isso, existem especialistas nestas áreas: os professores! Alguém lhes perguntou a opinião? Sabem-na? Pois, nesse dia, a tal recuperação das aprendizagens levava outro caminho ou seguia "o" caminho. 

Continuaremos a alertar para um desenho de Escola a longo termo, num acordo nacional educativo, que pense a “Escola” como um investimento e não um custo, auscultando em primeiro lugar os seus pedagogos (professores) para um desenvolvimento efetivo de Escola.

Lembrem-se que os alunos não perderam nada, todos ganharam, mas a lógica de se olhar para a aprendizagem como se de encher um balde se tratasse... esquecendo que os alunos aprenderam a levar esse balde com diferentes conteúdos, a transportá-lo por si, a serem autónomos no que podem fazer com ele, a perceber que nem todos precisam de um balde... os alunos não estiveram numa câmara frigorífica "congelados"... será que dá para perceber isso? Uma criança antes de chegar à "Escola" aprendeu a andar, a comer, a falar,... estamos sempre em processos de aprendizagem... quer dizer quase todos, pelos vistos!!!














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