Artigo no Jornal Público, de 1 de maio de 2025
"10 estratégias para o uso saudável de ecrãs com crianças"
https://www.publico.pt/2025/05/01/impar/opiniao/10-estrategias-uso-saudavel-ecras-criancas-2131461
ou
Artigo no Jornal Público, de 1 de maio de 2025
"10 estratégias para o uso saudável de ecrãs com crianças"
https://www.publico.pt/2025/05/01/impar/opiniao/10-estrategias-uso-saudavel-ecras-criancas-2131461
ou
Ah, o saudosismo das leituras que os nossos jovens sempre fizeram antes de terem um telemóvel... no parque, no recreio, no jardim, na paragem de autocarro, na missa, em todo e qualquer local, sempre a ler, com os seus inúmeros romances... Os Maias, As Viagens na Minha Terra, Crónicas de Jornal, Artigos de Opinião, Jornais,... tanto que se lia! Portugal tem na sua história, um país de leitores assíduos, essa enorme tradição portuguesa!
Também tenho reparado que já não se vê ninguém parado nas estradas a consultar os mapas das estradas Michelin, se calhar as pessoas deixaram de viajar ou então nascem com o mapa das estradas incorporados de nascença... GPS? Que ultraje, já nem se interpretam mapas e nem nos guiamos pela estrela Polar!!!
Será que há noção, que os que leram, continuam a ler, alguns que não leram, com o digital leem alguma coisa. A questão não está na quantidade de leitura, porque essa até aumentou, mas sim a qualidade ou, acima de tudo, a capacidade de interpretar o que se lê.
A leitura é, hoje, multimodal, convém não esquecer e, pelos vistos, em alguns casos, sabê-lo.
#ironia não vá alguém pensar que é mesmo verdade o que está escrito nesta notícia!!!
Artigo no Jornal Público de 7 de janeiro de 2023
Um texto de uma enorme clarividência de um Senhor Professor!
A ler por todos os que devem neste momento levantar a voz e defender a sua profissão, os professores!
A teoria da velhice do Restelo é antiga e com ela não teríamos descoberto para além do Bojador. Porém, hoje, temos estudos para todos os gostos e, principalmente, para cada orientação política.
Adoraria que antes de se falar sobre processos digitais e a sua diabolização, como ainda, recentemente, o professor Sugatra Mitra reiterou, se conhecessem melhor que práticas são estas com uso digital, imaginando que o que se faz com o digital ou sem ele é sempre uma ação pedagógica. Ou seja, os erros com digital podem e, muitas vezes, são os mesmos que já acontecem sem digital. O problema está na ação pedagógica, desconhecimento da realidade e nos receios. A salientar que o digital não é a panaceia, e não pode ser utilizado, sejam manuais digitais ou outros, 'apenas' no seu modelo de substituição como única solução. Mas não perceber o seu potencial e acima de tudo os resultados que crianças em todo o mundo têm demonstrado no seu desenvolvimento académico por meio de interação pedagógica diferenciada, que inclui, naturalmente, modelos com utilização digital, também é absurdo!
Ah! Já agora, estudo feito por alguém, também refere que crianças que apenas comem cenouras de hora em hora, estão a ficar com os olhos mais bonitos, mas quando saltam parecem coelhos!
E eu, que sempre pensei que era benéfico comer cenouras, mas ninguém me falou no exagero!
Bom senso! Bom senso!
Visita à Jätkäsaaren Peruskoulu - K9 School (1 ao 9 ano, incluindo pré-escolar)
Quando falarmos de felicidade e diversão numa escola, vou lembrar-me do que vi, ouvi e senti nesta tarde!
O ambiente descontraído de aprendizagem é fantástico e sente-se em todos que nela trabalham, aliás, que nela se divertem a aprender! A possibilidade de conversarmos com os alunos das diversas idades, com os professores e conhecer as suas dinâmicas, fez-nos perceber que o caminho se faz pela valorização pelo ato de aprender, pela valorização do ato de ensinar, pela valorização da cidadania ativa e de modelos pedagógicos centrados na aprendizagem, nomeadamente o Phenomenon-Based Learning Process.
É uma escola que se notabiliza pelos espaços de aprendizagem, pela flexibilidade curricular (real) e pela confiança que existe nos alunos e nos professores por parte da liderança. O trabalho por projeto é real, contínuo e prático, com uma forte ligação ao mundo e aos problemas locais, preparando os alunos para uma vida, que não é para depois da escola, mas na própria escola. Impressiona o número de projetos desenvolvidos semanalmente, ao longo dos 5 períodos em que a escola se divide para trabalhar. Evidentemente, que um corpo docente que reúne informalmente em qualquer espaço para planificar em conjunto 2h por semana, prepara e operacionaliza a articulação, muitas vezes juntando turmas, dividindo-as, partilhando-as nos mesmos tempos letivos.
Confiança, respeito e responsabilidade de e para todos!
#Education_Finnish_Summit_2022
Como é que se diz mesmo? "Vai ficar tudo bem".
Quem se lembra? Um Plano de Ação para a Transição Digital tem que ir mais longe... este é um caso emblemático e noticiado, mas quantos são ainda os alunos e as famílias sem acessos? O país melhorou, mas é preciso mais planeamento e operacionalizar!
12 fevereiro 2021
Aluna de Vimioso com aulas online na carrinha do pai à procura de rede.
Leonor Miranda, de 12 anos, desloca-se mais de um quilómetro várias vezes ao dia para assistir às aulas online dentro da carrinha que o pai estaciona num ponto alto da aldeia para apanhar rede
https://www.dn.pt/sociedade/aluna-de-vimioso-com-aulas-online-na-carrinha-do-pai-a-procura-de-rede--13345070.html3 fevereiro 2021
Um ano depois, aluna de Vimioso continua à procura de rede móvel para estudar
Um ano depois, Leonor Miranda continua a ter sérias dificuldades em conseguir ligação à internet fora da escola. A ANACOM promete uma cobertura mais forte do território nacional, entre 2023 e 2025.
Atualmente temos as estirpes Delta, Ómicron, e agora Deltacron...
Isto fez-me pensar em nomes para as próximas estirpes, e não sendo originais, só para que pelo menos nos nomes mantenhamos alguma coerência, sugiro as seguintes ideias:
Que tal o Unicron (o maior robot jamais criado), o Galvatron (Robot criado a partir de restos de outros) e o mais complexo vilão, o Megatron (este já deve ser uma bactéria, porque é um robot maligno capaz de alterar o seu corpo).
Já as próximas vacinas, também me lembrei que poderiam ter nomes com alguma coerência, dado os nomes das variantes covid-19. Neste caso, as minhas sugestões são: Bumblebee, Ironhide e Optimus Prime (pode ser que este consiga terminar com esta bicharada).
Entretanto, num mundo real bem perto de nós, continuamos a brincar ao Serviço Nacional de Saúde (SNS) e à Direção Geral de Educação (DGE). Afinal, ora se recomenda um procedimento, ora se altera para outro, com as escolas a não terem a mínima ideia de como proceder, tais os disparates desta enorme comédia, na qual já ninguém controla pandemia que valha. Note-se, quantos são os alunos em casa, e outros tantos nas escolas. Voltam uns, saem outros, que é para as turmas não serem muito grandes. Alguns alunos permanecem na escola presencial (famosa e afinal tão útil neste tempo) a fazer de conta que estão a aprender e os outros a tentar perceber o que lhes está a acontecer. As escolas com falta de recursos humanos, professores, funcionários, técnicos, porque uns estão isolados, outros doentes.
Mas neste nosso retângulo onde tudo é pacientemente bem preparado, vai passar um mês, senão mais tempo, de pseudo aulas presenciais! Alguns a ter aulas remotas, outras nas salas de aula físicas, atividades sem conexão, currículos em desorientação... mas felizmente, estamos a recuperar as aprendizagens!!!
Para ver se percebo este filme de ação, afinal a primeira semana de aulas foi suspensa porquê? Não era para conter a pandemia? Está a resultar a olhos vistos, e tivemos a sorte, de uma vez mais, todo o planeamento ser muito bem conseguido, ora depois do início das aulas presenciais é que são vacinados os alunos de... todas as idades, só para acelerar o processo e já agora os professores e funcionários, só para que não fiquem isolados... afinal precisamos deles para ocuparem o tempo das crianças enquanto a economia recupera! Timings perfeitos, sempre perfeitos!
Será que ainda pensamos que 15 dias a 1 mês de aulas online seria prejudicial, tendo em conta o que estamos a assistir e que se antevia? Ah, já sei, faltavam os tais 500 mil computadores, que estão AGORA a ser entregues nas escolas. Pois! Timings perfeitos, sempre perfeitos!
Felizmente, todo o sistema está muito bem planeado e depois das eleições voltamos a conversar, assim que houver genuína preocupação com o sistema educativo e, com o sistema de saúde, em Portugal... Até lá e entretanto continuamos em modo transformers, ora sou robot pensante, ora sou conduzido estrada fora!
Bom, mas como era apenas um filme, apaguei a televisão e não vi mais os transformers!
by Marco Bento, the School of Education of Coimbra and the Research, Education, Training and Intervention Centre (ESEC)
In an era when learning happens anytime and everywhere, are we aware of how much is the use of technology massively needed in education? Today, the pandemic has accelerated this process. However, even if the use of technology in an educational context has over a century of history, we are still reluctant to use it. We call for a transformation in schools that is not only technological but includes a change in its pedagogy. Access to information does not depend exclusively on schools anymore. Students can easily search and find information, but they may encounter difficulties in selecting the correct one and analysing it properly.
In this whole new educational process, the role of the teacher has changed radically, acquiring new characteristics. However, getting used to the current reality is not an easy task. That's why teacher training is important in helping teachers adapt to the new type of learners and guide them on how to use the latest technology. It is a fact that recently suddenly Emergency Remote Learning and the use of digital technologies became the "New World" for the education system. For some teachers, this change happened more naturally while some others were forced to make a quick transition, and this brought difficulties and mistakes.
Digital learning has been lately demonised, based on the assumption that face-to-face teaching and digital teaching are opposite sides of a battle. Nothing could be more misleading: both environments are fundamental to learning improvement.
Most teachers, parents and students may have critically evaluated their experiences with Emergency Remote Learning, due to lack of resources (such as computers or internet connection), and a proper pedagogical and technical preparation suitable for the digital environment, resulting in a loss of confidence in the new set-up.
The truth is that the world was not prepared for a pandemic of this nature, neither the school. In the emergency, teachers brilliantly tried to do their best to ensure that school would not stop. For all these reasons it is now misleading to continue calling any type of online learning Emergency Remote Learning, giving it a negative connotation.
The challenge is now to rethink the school environment, trying to combine the digital and the face-to-face environments (Hybrid Learning Models).
We know that many teachers are already putting this into practice with their students, creating pedagogical scenarios that are not just a replica of the "analogue" ones. Students are encouraged to search and select information, watch and analyse videos, systematise content and produce resources that bring together what they learn.
Collaboration has been crucial to overcome isolation and help teachers to keep growing as professionals. The networked learning that many teachers have been able to experience was beneficial since it allowed them to establish online relationships with colleagues from various parts of the country and thus create learning networks for professional development.
The use of digital technologies in learning completes students' knowledge development. They serve to support classroom dynamics and the evolution of informal learning, constituting an enormous added value in the learning process. In this context, one of the biggest challenges faced by the educational system is the design of new pedagogical learning environments. It is time to think about pedagogical models that rethink the role of the teacher: what s/he teaches, why s/he teaches, how s/he teaches, in what spaces, using what resources.
We know pupils feel a great attraction to mobile technologies and they use them daily whether for communicating, researching, playing games, or creating social connections. According to this, there may be the possibility to improve learning results using pedagogical, technological, convergent, portable, multimedia and interactive resources via mobile technologies in educational contexts.
New media are changing teaching and learning. They not only open access to information but also provide them in various formats (text, image, sound, video) using different forms of communication.
Teaching strategies should promote the integration of various senses: imagination, intuition, collaboration, and emotional impact. Formats such as images, video, music (multimedia resources) can facilitate the learning process, providing interactive experiences to the learners by connecting senses, feelings, and reason. In this way, students can become active parts. Its effectiveness is deeply connected to the students' involvement in the research, in the interaction with their knowledge, looking for new ways of expressing it.
The most widely used hybrid model is "flipped learning", which combines face-to-face and virtual learning for greater efficiency.
Students have the opportunity to study online (at home or school) and discuss what they have learned, in groups or individually in the classroom. Face-to-face activities can be carried out in different forms, such as discussions, elaboration of projects, researches. This model involves students in the production of the learning outcomes, making the learning process more meaningful.
Hybrid models need to be planned considering the diversity of access conditions of each student, inside and outside school. Teachers should design different activities for those who have hardly or no access, partial or regular access to digital technologies: before class (individual study), during class (face-to-face or online group activities) and after school (follow-up and evaluation).
Today, the greatest challenge for the school is to transform the traditional teacher-student relationship into an active and more participatory model. A complex process that will take time.
Author: Marco Bento is a teacher at the School of Education of Coimbra and a researcher in educational technology at the Research, Education, Training and Intervention Centre (ESEC) and the Centre for Research in Education of the University of Minho. He is also part of the Pedagogical Direction of Colégio Santa Eulália, the first Google for Education reference school in Portugal, leading the Google Educators Group SUPERTABi.
Article translated from Portuguese by: Patrícia Baeta
E os Oscar vai para...
Tal como a noite dos óscares ou a noite do Festival da Eurovisão da Canção, a ansiedade junto das centenas de "artistas" no nosso país é grande, naqueles minutos antes da meia noite...
Ah! Os rankings, os famosos rankings...
Hoje, que já conhecemos os resultados vamos ver nos diversos meios de comunicação social e os meios de comunicação "sociais" a valorização de todas as Escolas que estão no top dos "discos pedidos" ou não fosse Dia de dizer que "a nossa escola é melhor que a vossa..." ou ainda "eu até sou contra os rankings, mas a nossa até melhorou..."
Este também é o Dia em que se assinala o dia do esquecimento, ou não fossem esquecidas as diversas variáveis de avaliação entre escolas...
Esquecemos que a escola é feita de, com e para contextos...
Esquecemos as diferenças entre litoral e interior...
Esquecemos as diferenças entre público e privado...
Esquecemos a forma de seleção de alunos...
Esquecemos escolas com melhores e piores condições físicas e materiais...
Esquecemos os diferentes estímulos familiares dos alunos...
Esquecemos que o/a professor/a é que faz a diferença...
Esquecemos os professores que mudam constantemente de escola... as suas mobilidades
Esquecemos todos os fatores económicos
Esquecemos as experiências, os projetos e a pedagogia
Esquecemos a publicidade gratuita a muitas escolas...
Esquecemos todas as boas experiências de outras escolas... Esquecemos as nossas opiniões durante o ano contra a comparação de escolas...
Esquecemos o processo educativo, a intencionalidade pedagógica, porque, hoje, resume-se a um resultado baseado numa tipologia e instrumento de avaliação de produto
Esquecemos que estamos numa pandemia,
Esquecemos a equidade educativa
Esquecemos a competição negativa
Mas, nada de negativismo... hoje é Dia de Rankings e o mundo mudou... ou então não!
Com a pandemia (afinal não tem influência) ou não: Hoje é Dia de Rankings e o vencedor pai para...
Os últimos dias têm sido profícuos em testemunhos de muitas pessoas com maior ou menor relevo, mas que com os seus soundbites vão deixando marca social sobre uma ideia, que depois de repetida várias vezes, começa a sentir-se verdadeira, mesmo sendo, totalmente, falsa.
O que discutimos, hoje, é a possibilidade de se recuperarem as aprendizagens, como se de uma demanda em busca de algo perdido se tratasse. Assim, falar em recuperação de aprendizagens é falar na desvalorização de todo o trabalho realizado por alunos, professores e famílias, e repetirmos a mesma ideia pelo segundo ano letivo consecutivo, como se adicionando escolas de verão, iniciar a 1 de setembro, aumentando o tempo resultasse na qualidade do mesmo.
Precisamos saber melhor o funcionamento da Escola, para compreender que é de todo impossível concretizar uma ideia absurda destas, mas também é preciso conhecer o aluno, a criança e as suas especificidades cognitivas, físicas e comportamentais, que não estão ao alcance de todos, por isso, existem especialistas nestas áreas: os professores! Alguém lhes perguntou a opinião? Sabem-na? Pois, nesse dia, a tal recuperação das aprendizagens levava outro caminho ou seguia "o" caminho.
Continuaremos a alertar para um desenho de Escola a longo termo, num acordo nacional educativo, que pense a “Escola” como um investimento e não um custo, auscultando em primeiro lugar os seus pedagogos (professores) para um desenvolvimento efetivo de Escola.
Lembrem-se que os alunos não perderam nada, todos ganharam, mas a lógica de se olhar para a aprendizagem como se de encher um balde se tratasse... esquecendo que os alunos aprenderam a levar esse balde com diferentes conteúdos, a transportá-lo por si, a serem autónomos no que podem fazer com ele, a perceber que nem todos precisam de um balde... os alunos não estiveram numa câmara frigorífica "congelados"... será que dá para perceber isso? Uma criança antes de chegar à "Escola" aprendeu a andar, a comer, a falar,... estamos sempre em processos de aprendizagem... quer dizer quase todos, pelos vistos!!!