Saiu à rua, num lindo dia de sol, neste mês de abril (ainda está em fase de isolamento social... fique em casa, por favor... isto é apenas um cenário hipotético).
Entretanto, vai no passeio, não levou o cão a passear, vai só e apenas a apreciar o que de bonito tem a rua... as árvores, o som dos pássaros, o brilho dos raios de sol a tocar na sua face (sim, não imaginei a cidade... é no campo).
Nesse instante, entre o som de um canário, para alguém à sua frente, que não conhece, e lhe pergunta as horas e lhe dá os bons dias! Na realidade pensa, que pessoa simpática e como tem estado em isolamento... é natural a necessidade de lhe falar! Porém, além das horas, essa mesma pessoa pergunta-lhe como se chama, onde mora, com quem mora, quem são os seus amigos, se lhe pode fornecer os seus contactos, quais os lugares preferidos que costuma frequentar, que carro tem, que livros lê, o seu número de cartão de cidadão, o seu telefone, quanto recebe,... ah e agora?
Pois fica na dúvida se a pessoa que encontrou é da Polícia Judiciária, ASAE, Finanças, Segurança Social, algum Ministro,... ou apenas alguém que cumpriu a quarentena todo este tempo e, claro, teve mesmo pouco ou nenhum contacto social.
Desengane-se, se tivesse qualquer um destes contactos, fidedignos ou não, questionava-se e não lhe respondia, e para mais, tentaria fugir dessa mesma pessoa!
Fica a questão, porque é que online também não o faz com os desconhecidos?
Porque é que online se torna mais crente em que está do outro lado a perguntar as horas (quando essa pessoas também tem um relógio no próprio PC)?
Tenha bom senso na partilha da sua privacidade e suspeite de pessoas ou instituições, se tem cuidado e se protege na rua, porque não o faz virtualmente?
Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0 Internacional.
Sem comentários:
Enviar um comentário