sábado, 25 de abril de 2020

As TIC e o Português 2.0

Este texto escrevi-o em 2013... quando estava a vasculhar o baú deparei-me com a sua, ainda, atualidade!



"O caminho a percorrer, no que concerne ao uso adequado das TIC na sala de aula, é ainda longo.
Verificamos que nas escolas existem hoje as primeiras gerações que cresceram com o comando à distância numa das mãos e o rato na outra.
Não podemos prever as modificações cognitivas que poderão surgir da passagem de uma cultura baseada na escrita para uma cultura multimédia apenas com a observação das diferenças notórias entre uma geração e a próxima, entre os nossos pais, nós, e os nossos filhos.
Deveríamos começar por ter em conta os sistemas de ensino e de educação e a forma como procedem ao processamento deste novo paradigma da sociedade e da comunidade educativa.
Em relação à velocidade de informação, a geração digital tem muita experiência em processar informação rapidamente, a quantidade de informação e de canais que se recebe é enorme, a seleção de uma relação corresponde a um impulso rápido que nem sempre é calculado e nem sempre implica uma reflexão posterior.
Os novos alunos têm um melhor processamento e uma atenção mais diversificada e é cada vez mais frequente realizar várias tarefas em simultâneo. Contudo, não significa que o façam bem, apenas significa que fazem muito, embora sem perfeição.
Se repararmos, o texto ilustrou a imagem durante muitos anos, a imagem e os gráficos utilizavam-se para acompanhar e ilustrar um texto. Neste momento, o papel do texto nos meios tecnológicos é elucidar sobre algo que primeiro foi experimentado como imagem. Um bom exemplo podem ser os smileys, essa série de caracteres que tentam expressar alguma emoção nos textos.
Também a ruptura na linearidade no acesso à informação por parte desta nova e denominada, geração digital é a primeira que experimentou um acesso não linear às fontes de aprendizagem. As TIC fizeram crescer nos mais jovens uma forma de organização da informação totalmente diferente à utilizada na escrita convencional. Os livros acabam por lhes ser tão estranhos como os hipertextos aos nossos pais.
A salientar também, o facto da conectividade da geração digital estar a crescer num mundo sincronizado. Por este motivo, esta nova geração tende a pensar de forma diferente quando enfrenta um problema – qualquer pessoa em qualquer lugar e em qualquer hora do mundo pode resolvê-lo, com uma única condição a priori, que é a de estar conectado com a Internet.
A ação constante que os alunos deste século têm, significa apenas que, raramente lêem um manual, o próprio software mostra como se utiliza.
Assim, podemos referir que a leitura é um processo que pode ser simples, se esta leitura for denotativa, mas que deve ser mais complexo, com uma leitura conotativa, pois implica muito mais com a interpretação de cada aluno, o que o torna parte central no processo de aprendizagem de um conteúdo.
Em suma, cada docente é e será, cada vez mais, responsável por orientar os seus alunos na interpretação de informação, nomeadamente, selecionando o nuclear do acessório e, sobretudo, tentando dar resposta a uma sociedade que anseia por uma escola digital, motivadora e integradora."

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